segunda-feira, 23 de março de 2009

Lucky e Eu


Hoje foi um dia bem caseiro, me rederam bons filmes, dois ótimos filmes,Marley e Eu e o Caçador de Pipas.
Tudo começou com uma bela manhã de sol, acordando tomando café correndo,(pra variar) e saindo pra ensaiar na capela do Bom Pastor em Santos, cheguei atrasado e ainda assim fui o primeiro a chegar, pra minha surpresa havia um cheiro estranho de banheiro publico no ar... Fiz a reverencia ao altar e subi os pequenos 3 degraus o presbitério da capela entrei na sacristia e deparei-me com o claviculário aberto. Será que alguém havia estado ali antes, na noite anterior, assim como todos os sabados das 19 às 21 fazemos o grupo de Jovens, e quem havia apagado as luzes do quadro de disjuntores (que fica na sacristia) havia sido eu e o Átila, fechei o quadro e percebi que estava sem fechadura, havia estourado e havia poucas chaves, as gavetas do armario do padre estavam abertas e as portinhas tb, olhei para o outro lado do presbitério, ode fica outra porta e estava aberta e com a chave ainda na fechadura , dei uma olhadela e liguei para o Felipe que não atendeu, pois estava na porta da capela desci então do presbiterio e olhei pra minha esquerda , em direção a sala dos musicos, e descobri o motivo do cheiro, alguém havia defecado no chão da capela, cheguei la fora encontrei com o Felipe, entramos novamente e falei a ele sobre a suspeita de terem roubado a capela, descobrimos então que ele havia arrombado a porta lateral e começamos a vasculhar a capela, enfim havia bastante estrago, porém poucos sinais de roubo de algo de valor... enfim, não ensaimos, entramos em contato com o Padre Baldan, nosso vigario geral e ele veio ver quais os procedimentos a serem tomados, foi então que em um momento tive uma conversa bem legal com o Felipe sobre o funcionamento do cerebro, que são ativos pelo o emocional, racional e estintivos... sobre uma palestra que ele teve, bem interessante por sinal.
Logo apos o ocorrido tivemos uma reunião do Nucleo do Grupo de Jovens e depois fui pra casa , almoçamos e fomos assistir Marley & Eu, veio então na minha memoria momentos marcantes de minha infância, meu cachorro poodle(sauro) ele era um poodle bem grande, lindo, educado(diferente do Marley), folgado, carinhoso, e muito companheiro, como os melhores cachorros são.
Me Lembrei de te-lo visto filhote, de telo visto acabar com meus tennis, eu devia ter uns 5 anos de idade( aproximadamente no ano de 1991), lembrei de como brincavamos com ele no corredor , quando eu ainda morava em São Paulo, de quando ele prendeu a cabeça no portão e se machucou e minha mãe o resgatou( ela era a mais apegada ao cachorro) e lembrei principalmente da epoca depois , quando mudei-me para Santos, um tempo depois meus pais o trouxeram para morar aki, e no ano de 2004, eu não conseguia trabalho pois estava em ano de alistamento, e ele foi meu unico amigo durante um ano, na verdade eu tinha varios, mas todos trabalhavam ou estudavam, e eu achava naquela epoca que não teria mais a amizade que tinha antes com ele, e aconteceu o contrario, ele veio pra santos desacostumado a andar e teve que reacostumar , pois a cidade aki era linda, e moramos no segundo andar num apê e ele tinha sempre que descer( e consequentemente subir depois) pra fazer necessidades, eu me sentia mal com isso, ele era tão educado que segurava o xixi até o momento de descer e chegava na rua e fazia com um alivio incrivel, e no Challenge Day desse ano eu resolvi sair pra correr com ele na praia, ele ja estava velhinho se for ver 13 anos de idade, e essa cena foi marcante pra mim, era uma tarde ensolarada de sol ventava pouco, o sol ja estava abaixando e corriamos de quase que de costas para ele já, a sombra ficava pouca coisa a nossa frente , eu corria na frente, diferente de todos os outros anos em que conseguia me lembrar, ele sempre fora muito rapido, e ele vinha alegre correndo atras coma lingua balançando com o vento na cara fazendo os longos pelos da face esvoaçar... meus olhos enchiam de lagrimas ao ver marley envelhecido, me lembrou do Lucky ja com seus 16 anos com tumores pelo corpo e cabisbaixo lambendo as patas e diziam que isso era depressão... me senti ingrato por não corresponder a alegria que ela ja tinha me proporcionado em todos aqueles anos que haviam se passado, eu ja tinha 20 anos , e o ganhei com 5, ele fez parte da minha história, da minha familia, e eu ja não aguentava ter que me preocupar em ter que voltar pra casa para descer ele a rua, por ele ser um cachorro perfeito e educado, que se segurava pra não fazer necessidade em casa, me senti um lixo, de uma ingratidão sem fim ao lembrar dos ultimos dias dele, o velhinho dormia no sofa, eu entrava em casa ele apenas levantava a cabeça com a maior cara de travesseiro para ver quem é como quem diz "ah é voce! Oi!" e virava de novo pra deitar, e depois de um tempo, nem acordava mais, bem tipico de um vovo cansado... eu achava engraçado, ele foi especial, eu me via na pele do filho mais velho do casal do filho, eu achava que não choraria quando ele se fosse, mas chorei... eu achava que não choraria por sentir sua falta, e hoje estou desempregado e tudo que eu lembro é que dessa vez, assim como em 2004, estou em casa, e não tenho mais a companhia dele, que nunca deixava sozinho, sempre deitava no chão, na cama ou no sofá, mas sempre onde alguém da familia estivesse... pra ele , não faltava nem falar, ele tinha linguagem corporal, se estava com sede trazia o pote, se estava com fome, ficava em pé e balançava as patas dianteiras, se queria sair, rodeava a gente, se ficava feliz, fazia festa, se estava com sono, simplesmente dormia, se queria companhia vinha pra perto, se queria carinho de manha ele parava ao lado da cama e puxava nosso braço com as patas e acabava nos arranhando até que a mão saisse do colchão e ae colocava a cabeça em baixo dela, ele sempre dormia nos pés de alguem, se ficava enciumado mijava no urso de pelucia , se alguém brigasse com alguém da familia ele defendia, mal da pra acreditar que ele fosse um poddle, era chamado de Dolly, era grande como uma ovelha, e foi apelidado assim pelos amigos daki de Santos, hoje sinto sua falta.

Desculpa por tudo, e Obrigado Lucky pelos seus 16 anos em que participou da Historia da minha Infancia e da Minha familia!

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